Reflexão Final - PPeL

 

A última tarefa da Unidade Curricular (UC) de Processos Pedagógicos em Elearning corresponde à apresentação de um ePortfólio de participação nesta UC “que integre uma seleção representativa das contribuições consideradas mais relevantes para o processo comum de aprendizagem (excetuam-se os trabalhos apresentados e avaliados) e uma reflexão sobre o processo de aprendizagem”, conforme contrato de aprendizagem apresentado pelas docentes Paula Carolei e Lina Morgado.


A seleção das contribuições foi sendo feita ao longo do semestre, e partilhadas no meu blog do mestrado, funcionando como um ePortfólio. Assim, optei por organizar esta reflexão de acordo com os temas da UC, disponibilizando as ligações para as partilhas previamente feitas.

Tema I – A Pedagogia do eLearning

No tema I, visando um conhecimento e compreensão, aprofundados, das questões nucleares no que respeita à aprendizagem individual e colaborativa/cooperativa online, às técnicas de ensino online e ao papel do professor, entendendo as dimensões do planeamento de ações pedagógicas online, bem como os modelos de atividades online e seus potenciais interativos e colaborativos, fomos desafiados a produzir, individualmente, uma Bibliografia Anotada e, a pares, um Artefacto sobre as Teorias da Pedagogia do E@D e o papel do professor em contexto online.

Neste primeiro tema familiarizei-me, pela primeira vez, com as bibliografias anotadas, uma metodologia, para mim nova, que considero uma mais-valia, uma vez que permite sistematizar e organizar a nossa “coleção” de referências bibliográficas, facilitando a identificação dessas referências e a sua utilização. Mendonça (2007), partindo da análise do ensino mediado por computador, afirma que o professor tem de rever a sua prática educativa, uma vez que o modus operandi e a abordagem pedagógica são, necessariamente, distintas nas modalidades online, podendo assentar em comunidades virtuais de aprendizagem colaborativa, emergindo as dimensões de partilha, colaboração, interatividade e confiança entre os participantes. A construção do conhecimento é da responsabilidade dos alunos, mediada pelo professor. Já Martins (2015) considera que o conhecimento científico, a aprendizagem, a formação voltada para a ação, a interação pedagógica, a mediação, a motivação e o lado sócio afetivo são competências necessárias para um tutor efetivo no ensino a distância.

Os dois autores consideram que o tutor deve assumir um novo papel, reconfigurando-se, uma vez que no ensino online, não é suficiente ser-se professor, são necessárias abordagens pedagógicas diferenciadas.

Quanto à produção do artefacto, num trabalho colaborativo, com o colega Filipe Couto, tivemos oportunidade de discutir, em menor grupo, sobre o papel do professor online, no âmbito das diferentes teorias pedagógicas de ensino a distância, e, posteriormente, alargar essa discussão a toda a turma, analisando também os trabalhos apresentando pelos outros pares, permitindo uma análise da temática sob diferentes perspetivas.

Os trabalhos e discussões realizadas permitem-nos constatar que o professor deverá adequar a sua ação, tendo em conta a ação pedagógica, utilizando, distinguindo e avaliando diversos métodos e técnicas de ensino online.

Tema II – Personal Learning Environments

No tema II voltamos a usar as bibliografias anotadas como instrumento/metodologia de aprendizagem. Mas também fomos desafiados a construir uma representação do Personal Learning Environments, procurando entender, do ponto de vista conceptual e operativo, os Personal Learning Environments (PLEs) e das suas potencialidades na aprendizagem em rede, como experiências de aprendizagem online e cenários de aprendizagem, experimentando o seu potencial interativo e colaborativo.

Assim, e como resultado de uma pesquisa individual, foram selecionados dois artigos para anotar que abordavam os PLEs. O artigo de Silva (2012), apesar de não serem muito recentes, sobressaiu de entre os artigos identificados por abrir o espectro de utilização dos PLEs não apenas ao aluno, mas também ao professor, como uma forma de aprendizagem contínua e de suporte profissional. O artigo de Rus-Casas et al. (2021), bem mais recente, mostra-se interessante por apresentar uma relação entre os PLEs e a sustentabilidade, ambiental e das aprendizagens. Não tendo recebido um feedback negativo em relação à forma como tinha apresentado a minha bibliografia anotada no tema anterior, optei por seguir a mesma estrutura.

Tal como no tema anterior, foi possível, pela análise dos trabalhos e partilhas realizadas pelos restantes colegas, alargar os conhecimentos em relação ao tema.

A tarefa que se seguiu, construção da representação visual e descrição do meu PLE, foi desafiante e exigiu alguma reflexão, por forma a identificar as aplicações e ferramentas que utilizo frequentemente no decorrer das minhas aprendizagens, conforme descrito no post associado a esta partilha.

Optei por criar uma listagem das diferentes ferramentas que utilizo e categorizá-las, de acordo com a finalidade com que são utilizadas, definindo 6 categorias (Pesquisar, Criar, Partilhar, Comunidades, Comunicação, Colaboração). Mas algumas incluíam-se em diferentes categorias. Assim, optei por representar as primeiras três categorias, pesquisar, criar e partilhar, sob a forma de rodas dentadas, pois não são processos estáticos, rodeados das outras três categorias, comunicação, comunidades e colaboração. Penso que desta forma se traduz a versatilidade, dependência e ligações entre as várias ferramentas que constituem o meu PPLE.

Este exercício permitiu-me compreender a complexidade destas novas formas de aprender. Não é fácil, nem possível, estabelecer limites nos processos de aprendizagem. Atualmente as diversas ferramentas disponíveis permitem uma quase infinidade de fluxo de conteúdos, informações e relações.

Tema III – Desenho da aprendizagem online

O tema III foi mias intenso, mas com uma componente mais prática. Aqui procurou-se adquirir conhecimentos e uma boa compreensão das questões mais relevantes no que se refere ao desenho da aprendizagem (learning design) online, bem como desenvolver competências práticas de desenho de experiências de aprendizagem online, entendendo as dimensões do planeamento de ações pedagógicas online e considerando a seleção e produção de recursos (tipos de vídeos, textos, etc.). Isto permitiu-nos aprofundar conhecimentos em ferramentas e plataformas para a criação de cenários de aprendizagem e experimentar seu potencial interativo e colaborativo, bem como discutir e analisar modelos de atividades online, com os respetivos potenciais interativos e colaborativos, e modos de organização pedagógica online (aulas, módulos, sequências didáticas, projetos) e suas premissas educacionais.

Numa primeira fase, fomos expostos a um espaço interativo de exploração que nos convidada a refletir sobre diferentes cenários de aprendizagem – o DEEP. Aqui pudemos explorar diferentes espaços e cenários virtuais de aprendizagem e refletir sobre a nossa prática pedagógica, ação desencadeada pelos questionários apresentados.

Ao contrário de alguns colegas, não tive dificuldades em percorrer os diferentes cenários, compreendendo os momentos em que teria de esperar pela disponibilização das próximas fases. Denotou-se que era uma aplicação em desenvolvimento, na qual compreendo potencialidades.

Numa fase seguinte, Organização da prática, a professora Paula Carolei facultou um vídeo onde explicou do Design de Estratégias Pedagógicas, um material que foi de muita utilidade. Como atividades subsequentes, partilhamos recursos e atividades às quais recorremos regularmente no âmbito das nossas ações pedagógicas online, síncronas e assíncronas, disponíveis nas seguintes ligações





Foi possível perceber que não existem formas mais corretas ou menos corretas para definir atividades e identificar recursos. Estas ações devem ter em consideração os contextos e a individualidade de cada interveniente. Também, pela partilha, foi possível explorar outros recursos e analisar outras atividades, aumentando o nosso leque de instrumentos e ferramentas a utilizar nas nossas práticas educativas.

Assim, a estratégia pedagógica, como combinação de recursos, as atividades e a intervenção do professor, requer uma articulação entre estas três dimensões que nos permita planear a ação pedagógica para um grupo com características próprias, a decorrer num ambiente e num contexto também próprio.

Concluindo a temática, na última fase, apresentamos um design de aprendizagem. Utilizei, como base de trabalho, uma ação pedagógica que já tinha desenvolvido no âmbito de uma outra Unidade Curricular, tendo complementado a sua apresentação com a representação gráfica do design, com base no modelo apresentado pela docente, o que me permitiu obter uma visão estruturada do design pedagógico da ação pedagógica.

Foi um processo pensado, assistido por sessões síncronas onde a docente foi dando feedback e tecendo comentários ao trabalho desenvolvidos, permitindo-nos conceber atividades de aprendizagem online coerentes.




Concluindo,

compreende-se que o percurso educativo realizado nesta unidade curricular, onde começamos por refletir sobre o papel do professor online, seguindo-se a exploração do nosso ambiente pessoal de aprendizagem e concluindo com a analise de diferentes recursos, atividades e potencialidades da ação do professor online, aplicando, os conhecimentos adquiridos, a um caso prático de ação pedagógica, com a representação gráfica do design de aprendizagem, nos permitiu desenvolver competências fundamentais para definir, com sustentação teórica, as nossas ações como professores / tutores / mediadores, enfim, agentes educativos, numa modalidade online.

Termino esta Unidade Curricular com a sensação de ter aprendido a conhecer, aprendido a fazer, aprendido a conviver e aprendido a criar.





Referências Bibliográficas
  • Adell, Jordi (2010). Qué es un PLE - Personal Learning Environment?. Entrevista realizada por Josi Sierra para o projecto e blog CC-Conocity.
  • Anderson, Terry & Dron, Jon (2011). Three generations of distance education pedagogy. IRRODL. http://www.irrodl.org/index.php/irrodl/article/view/890.
  • Anderson, Terry (2008). Teaching in an Online Learning Context. In Anderson, Terry (Ed), Theory and Practice of Online Learning. Athabasca University: Au Press (2ª Edição). http://www.aupress.ca/books/120146/ebook/14_Anderson_2008-Theory_and_Practice_of_Online_Learning.pdf.
  • Arco43 #56 | A importância do design pedagógico no atual cenário da educação, disponível em https://editoradobrasil.podbean.com/e/arco43-56-a-importancia-do-design-pedagogico-no-atual-cenario-da-educacao/
  • Carolei, P (2007) Abordagens Educacionais do Design Instrucional. Disponível em http://www.abed.org.br/congresso2007/tc/552007105959PM.pdf
  • Couros, Alec (2010). Teaching & Learning in a Networked World. Keynote na conferência Quest 2010 [Video e Slides]. Open Thinking. http://educationaltechnology.ca/couros/1890.
  • Downes, Stephen (16-10-2005). e-Learning 2.0. eLearn Magazine. http://www.readability.com/articles/ienxzeck.
  • Gabriel, B; Carolei, P. (2018) Contribuições do Design para o Ensino de Ciências por Investigação. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências doi: 10.28976/1984-2686rbpec2018183851
  • Leslie, S. (2019). Some Observations on PLE Diagrams. In R. Kimmons (Ed.), EdTech in the Wild. EdTech Books. https://edtechbooks.org/wild/ple_diagrams
  • Martins, B.; Couto, R. (2016) Design como prática educativa: estudos de caso da aprendizagem baseada em design. Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design. Belo Horizonte
  • Martins, E. (2015). Tutoria em Educação a Distância: Efetividade do Tutor no Desempenho dos Alunos no EaD. Revista de Educação, 16(20/21). Acedido a 19/04/2021, em http://www.abed.org.br/congresso2007/tc/552007112719PM.pdf.
  • Mendonça, A. F. Docência Online: A virtualização do ensino (2007).Acedido a 19/04/2021, em http://www.abed.org.br/congresso2007/tc/552007112719PM.pdf
  • Mota, J. (2009) Personal Learning Enviroments: Contributos para uma discussão do conceito. Revista EFT, vol. 2 (2), novembro 2009. https://core.ac.uk/download/pdf/286336593.pdf

  • Mota, José (2009). Personal Learning Environments: Contributos para uma discussão do conceito. In Educação, Formação & Tecnologias, vol.2 (2); pp. 5-21, Novembro de 2009.
    http://eft.educom.pt/index.php/eft/article/view/105/66.
  • Oliveira, G. P. (2008). Os 4+1 pilares da educação on-line a distância: uma estratégia multidimensional de planejamento. Disponível em http://www.abed.org.br/congresso2008/tc/5112008122848PM.pdf
  • Pereira, O. (2011) O Designer educacional e as competências profissionais: influências na seleção de recursos multimidiáticos. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Disponível em https://sapientia.pucsp.br/bitstream/handle/18070/1/Otacilia%20da%20Paz%20Pereira.pdf
  • Rus-Casas, C.; La Rubia, M.D.; Eliche-Quesada, D.; Jiménez-Castillo, G.; Aguilar-Peña, J.D. (2021) Online Tools for the Creation of Personal Learning Environments in Engineering Studies for Sustainable Learning. Sustainability 2021, 13, 1179. https://doi.org/10.3390/su13031179. Acedido a 9/05/2021, em https://www.mdpi.com/2071-1050/13/3/1179/pdf
  • Siemens, George (12-12-2004). Connectivism: A Learning Theory for the Digital Age. elearnspace. http://www.elearnspace.org/Articles/connectivism.htm.
  • Siemens, George (16-02-2010). Teaching in Social and Technological Networks.Connectivism. http://www.connectivism.ca/?p=220.
  • Silva, S. (2012) Ambiente Pessoal de Aprendizagem (PLE) como Recurso de Aprendizagem para o Professor. Revista GEINTEC, Vol .2/n. 2/ p. 120-128. DOI.:10.7198/S2237-07222012000200003. Acedido a 11/05/2021, em http://www.revistageintec.net/index.php/revista/article/view/27
  • Wheeler, Steve (2009). It’s Personal: Learning Spaces, Learning Webs. Apresentação no Slideshare.http://www.slideshare.net/timbuckteeth/its-personal-learning-spaces-learning-webs








Comentários

Mensagens populares deste blogue

PLATAFORMAS DIGITAIS, AMBIENTES DIGITAIS VIRTUAIS 3D, REDES SOCIAIS E JOGOS DIGITAIS: Plataformas Digitais - Sistemas de Gestão de Aprendizagem (LMS) e Content Management Systems (CMS).

EDUCAÇÃO DIGITAL E ECOSSISTEMAS DE APRENDIZAGEM EM REDE: Os Ecossistemas Digitais de Aprendizagem