TECNOLOGIAS INTERATIVAS DA WEB SOCIAL PARA A CRIAÇÃO DE AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM: Softwares de apresentação.




Na sessão Síncrona do Tema 2, sob a temática Tecnologias Digitais e o potencial para a construção de ecossistemas pedagógicos de aprendizagem, a Professora Mary Sales da Universidade do Estado da Bahia, propõe transformar os espaços educativos em ambientes mais favoráveis ao desenvolvimento de competências e capacidades múltiplas – reflexão, argumentação, comunicação, criatividade, colaboração – através de pedagogias que vão além do espaço físico, formando para a capacidade de dar resposta a questões e problemas que possam surgir um quotidiano social futuro. Não querendo com isto descartar a sala de aula física, com as cadeiras e o quadro de lousa, mas sim, aproveitar ao máximo as novas possibilidades pedagógicas que o digital nos aporta.

Para isso, devemos criar ecossistemas digitais de aprendizagem, o que implica planear e utilizar as metodologias mais adequadas. Pensar no que vamos fazer, como vamos fazer, de que forma vamos fazer. Esta arquitetura do processo pedagógico, para ser eficaz, exige um conhecimento do contexto e dos atores, respeitando a individualidade de cada um no processo de aprendizagem. Schlemmer e Moreira (2019) referem que a arquitetura pedagógica é composta por aspetos organizacionais, metodológicos, tecnológicos e pelos conteúdos, todos dentro do modelo pedagógico adotado e interconectados.



Num ecossistema de aprendizagem virtual o processo pedagógico deve decorrer com base na construção de conhecimento como algo compartilhado e co-construído. Aprender em conjunto, resolver problemas em conjunto, quebrando-se a hierarquia professor-aluno, em que o professor por estar mais ou menos presente, mas em que o aluno tem a oportunidade e é convidado a “subir ao palco” e liderar o ato pedagógico. O professor terá, nesta cena teatral, uma função similar ao ponto, procurando que os verdadeiros atores retomem o alinhamento, quando “descarrilam” ou a “locomotiva para”. Para tal, e como refere a Prof. Mary, o professor deve possuir competências pedagógicas, como é óbvio, sócio-afectivas, por forma a criar um ambiente acolhedor e propício à aprendizagem, gerenciais, por forma a gerir as intervenções e a sua 'presencialidade', e, por último, mas igualmente importante, competências tecnologias. E para isso é importante que ele possa experimentar, vivenciar e propor as tecnologias digitais.

A proposta de trabalhar com ambientes virtuais de aprendizagem num sentido disruptivo da educação implica o trabalho com base na partilha, produção de conhecimento, práticas colaborativas, difusão entre os pares, comunicação aberta, open source. A comunicação e a interação são necessárias para conectar os ambientes e ecossistemas de aprendizagem, com soluções combinadas, estratégias dinâmicas com distintas pedagogias e tecnologias, procurando alcançar uma educação total (Moreira e Horta, 2020).

Assim, podemos pensar numa educação mais blended, mais híbrida, “através de processos de inovação sustentada, que permitam combinar diferentes presenças (físicas e digitais), tempos (síncronos e assíncronos), tecnologias (analógicas e digitais), culturas (pré-digital e digital)” (Moreira e Hora, 2020).

A professora apresentou alguns exemplos e softwares de partilha




Mas, convêm ressalvar que, na escolha das ferramentas, aplicações, softwares a atualizar, é importante ter sempre em consideração o contexto. Recordo, por exemplo, o exemplo dado dos Podcasts (é um conteúdo em áudio disponibilizado através de um arquivo ou streaming que pode ser ouvido, quando o usuário assim o desejar). Uma ferramenta que poderá ser considerada obsoleta, pouco dinâmica e interativa, pode revelar-se a melhor opção para alguns alunos, devido ao seu contexto social, à sua realidade.

Importa salientar que as tecnologias, no desenvolvimento de ecossistemas de aprendizagem, permitem novas sociabilidades: ampliam o reportório textual e conceitual, multiplicam as possibilidades de comunicação, potencializam processos criativos, contribuem para práticas de autoria e colaboração, favorecem o desenvolvimento de “outras” e “novas” competências. Uma outra potencialidade que os ambientes digitais acarretam são as aprendizagens sobre o uso da própria tecnologia utilizada no processo. A mobilização destas aprendizagens podem estar previstas nos objetivos e competências a desenvolver dentro da planificação feita pelo professor, do seu design pedagógico. (Moreira et al, 2020).



Referências:

  • Moreira, J. A., Schlemmer, E. (2019). Modalidade da Pós-Graduação Stricto Sensu em discussão: dos modelos de EaD aos ecossistemas de inovação num contexto híbrido e multimodal. Educação Unisinos. https://doi.org/10.4013/edu.2019.234.18205)
  • Moreira, J. A., Horta, M. J . (2020) Educação e ambientes híbridos de aprendizagem: um processo de inovação sustentada. In: Revista UFG. 2020. v.20. DOI: 10.5216/REVUFG.V20.66027
  • Moreira, J. A.; et al. - Educação digital em rede: princípios para o design pedagógico em tempos de pandemia [Em linha]. Lisboa: Universidade Aberta, 2020. 49 p. (eUAb. Educação a Distância e eLearning; 10). ISBN 978-972-674-881-6

Comentários

Mensagens populares deste blogue

EDUCAÇÃO DIGITAL E ECOSSISTEMAS DE APRENDIZAGEM EM REDE: Os Ecossistemas Digitais de Aprendizagem

A VIRTUALIZAÇÃO DAS RELAÇÕES SOCIAIS - AUTENTICIDADE E TRANSPARÊNCIA

TRABALHO FINAL - Proposta de Plano de Dissertação em Pedagogia do eLearning