TECNOLOGIAS INTERATIVAS DA WEB SOCIAL PARA A CRIAÇÃO DE AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM: Tecnologias digitais para o design de ambientes de aprendizagem híbridos.
Neste vídeo, o Prof. António Moreira reforça a ideia de que as tecnologias digitais devem integrar os processos educativos, uma vez que vivemos numa sociedade em rede, hiperconectada, mas hibrida, onde o analógico ainda se encontra muito presente.
De acordo com alguns filósofos da educação, protagonistas da teoria de Aprendizagem Significativa, como Ausubel, Libâneo, Rogers, Alves, entre outros, os educadores devem estar atentos às dificuldades e necessidades dos seus alunos, uma vez que a aprendizagem é muito mais significativa se o novo conteúdo for incorporado nas estruturas de conhecimentos prévios e se a prática pedagógica for verdadeira diante dos fatos (Klausenm 2017). Ou seja, as aprendizagens são mais relevantes quanto mais significativas e próximas da realidade dos alunos. Assim, considerando a sociedade em rede e digital na qual todos vivemos faz, como refere o Prof. António Moreira, todo o sentido integrar as tecnologias na educação, uma vez que os nossos jovens convivem diariamente com estas novas tecnologias.
Contudo, como educadores, devemos estar atentos, não permitindo que a tecnologia assuma o papel principal no processo pedagógico. As tecnologias digitais devem servir de apoio nos processos pedagógicos em ambientes de aprendizagem online. O processo pedagógico não pode depender da tecnologia, mas sim apoiar-se na tecnologia.
Neste sentido, na Sala de Aula Virtual 2- Tecnologias e Ferramentas para a Criação de AVAs tivemos oportunidade para analisar e discutir pressupostos e critérios a ter em consideração na seleção de plataformas e de tecnologias digitais a utilizar nestes ambientes de aprendizagem online.
Como já referido, foi consensual que, para a obtenção do sucesso, as tecnologias não podem ser consideradas como o elemento central. O processo pedagógico não pode depender da tecnologia, mas sim apoiar-se na tecnologia.
Moreira e Horta (2020) indicam que a evolução das tecnologias digitais são um dos fatores determinantes na mudança das sociedades e dos cenários educativos, uma vez que provocam uma nova podem social, cultural, económica, política e ética, exigindo assim que o paradigma educacional seja repensado.
Salienta-se que introduzir as tecnologias digitais na educação não se resume a simplesmente substituir os recursos educativos e recursos pedagógicos tradicionais por recursos tecnológicos. É necessário “considerar a riqueza da cultura que subjaz nos universos axiológicos atravessados por cada recurso tecnológico” Moreira e Horta (2020, p. 5).
Desta forma, as tecnologias devem ser integradas se aportarem melhorias à educação. Ruben Puentedura (2013) desenvolveu um modelo, ao denominou Modelo SAMR onde procura relacionar a utilização das tecnologias com as melhorias pedagógicas.
Em http://www.hippasus.com/rrpweblog/archives/2013/05/29/SAMREnhancementToTransformation.pdf
Segundo o modelo, se a tecnologia atua com o mero objetivo de substituir, sem qualquer alteração funcional, não serão produzidas melhorias na aprendizagem. Mas, se a tecnologia for bem utilizada, proporcionando novos desenhos educativos, novas atividades impossíveis de concretizar sem o recurso a essas tecnologias digitais, poder-se-á alcançar melhorias significativas nos processos pedagógicos.
Mas, na integração das tecnologias digitais nos processos pedagógicos é necessário recordar ainda um outro aspeto. Os professores têm de estar preparados para esta integração. Como refere o Prof. António Moreira, é necessária formação de professores neste domínio. Os professores têm de conhecer e dominar as tecnologias e, de seguida, poderem experimentar e incorporar as tecnologias no seu processo de ensino.
Concluindo, e com base também na discussão realizada no fórum, apresento algumas questões que devemos colocar-nos, como educadores, na escolha e seleção das plataformas e das tecnologias digitais, o que funcionam como critérios de seleção:
- Estou preparado para utilizar a tecnologia escolhida?
- Domino-a?
- Sou capaz de a incorporar no decorrer do processo de ensino-aprendizagem?
- Existem condições para incorporar esta tecnologia no processo de ensino-aprendizagem?
- Esta tecnologia aportará melhorias ao processo de ensino-aprendizagem?
- É sustentável? Ou seja, existem infraestruturas físicas e condições financeiras que possibilitem a utilização da tecnologia durante o tempo necessário?
- A tecnologia está disponível para todos, é open source?
Resumindo, como referem Moreira e Horta (2020), devemos considerar a integração tecnológica quando esta nos permite o “melhor dos dois mundos”, quando a tecnologia é capaz de aportar melhorias ao processo pedagógico já existente e, simultaneamente, de proporcionar aprendizagens mais significativas.
Referências:
- Klausen, L. S. (2017) Aprendizagem significativa: Um desafio. XIII Congresso Nacional de Educação – Educere. Disponível em https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/25702_12706.pdf
- Moreira, A;. Horta, M. (2020). Educação e Ambientes Híbridos de Aprendizagem. Um Processo de Inovação Sustentada. Revista UFG (20).
- Puentedura, R. (2013). SAMR: A contextualized Introducion. Disponível em: http://www.hippasus.com/rrpweblog/archives/2013/05/29/SAMREnhancementToTransformation.pdf
- Siemens, G. & Tittenberger, P. (2009). Handbook of Emerging Technologies for Learning. University of Manitoba.
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